As mulheres na Segunda Guerra Mundial
- umalutaparaaliberd
- 10 de nov. de 2015
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As mulheres na Segunda Guerra Mundial

A Segunda Guerra Mundial foi um conflito de homens e mulheres. Nunca antes em toda a história tantas mulheres, em diferentes países, foram chamadas a contribuir com um esforço de guerra como entre os anos de 1939 e 1945. Elas ocuparam funções que antes eram consideradas masculinas, como engenheiras, supervisoras de produção e motoristas de caminhão, por exemplo, e também se alistaram nas forças armadas. A entrada maciça de mulheres no mercado de trabalho, seja para suprir o vazio deixado pelos homens que estavam no front de batalha, seja para preencher uma demanda surgida com a eclosão da guerra, iria causar um grande impacto social, durante e depois do evento. Não demorou muito para que as lideranças dos países envolvidos no conflito percebessem que teriam que convocar as mulheres para a guerra. Inicialmente, elas foram chamadas para se voluntariarem, mas, com o avanço dos combates, passaram a ser recrutadas. Se na Primeira Guerra Mundial elas estiveram em fábricas e foram enfermeiras, agora fabricavam e até pilotavam aviões.
O primeiro país a reconhecer a necessidade do emprego da mão de obra feminina durante a Segunda Guerra Mundial foi à Inglaterra. Na Grã-Bretanha, a grande maioria dos postos de trabalho ainda era ocupada pelos homens. A maior parte das mulheres não trabalhava e limitava-se cumprir sua função de mãe e esposa. No entanto, a guerra iria mobilizar milhões de homens, então a força de trabalho feminina passou a ser decisiva para que o país se mantivesse neste período conturbado.
Inicialmente, a introdução da mulher no mercado de trabalho causou as mais diversas reações. Muitos temiam que, com o fim do conflito, a força de trabalho feminina permanecesse ativa e tirasse o trabalho dos homens, naturais provedores do lar. A proteção da família estava em primeiro plano.
Mas a introdução da mulher ao mercado de trabalho não ocorreu somente na Inglaterra, pois outros países, seguindo seu exemplo, iriam adotar a mão de obra feminina na construção de aviões, navios, produções de armas e tantas outras atividades, civis ou militares.
No começo, recorreu-se ao voluntariado, preferencialmente de mulheres solteiras, para não comprometer a harmonia do lar. No entanto, o voluntariado não foi suficiente, então o governo britânico promoveu o recrutamento de mulheres. Inicialmente, o alvo eram as mulheres solteiras, mas logo após, as casadas também começaram a ser recrutadas. Apenas mães com filhos menores de 14 anos estavam dispensadas de colaborar com o esforço de guerra. Em 1942, 6 milhões e 769 mil mulheres estavam envolvidas no esforço de guerra na Grã-Bretanha.
Já os países do EIXO, como Alemanha e Itália, resistiram à ideia de ter mulheres envolvidas no esforço de guerra. Nesses países, o número de mulheres que atuaram de forma direta ou indireta na Segunda Guerra foi muito menor, principalmente na Alemanha. Porém o doutrinamento nazista colocava a mulher como sendo a base para a continuação da raça ariana, segundo os planos nazistas, mulheres arianas deveriam ser selecionadas para casarem com oficiais da SS, e essa seleção, rigorosa, deu origem a Programa Lebensborn(criado para a expansão da raça ariana).
O Canadá chegou a mobilizar 50.000 mulheres em suas forças armadas, chegando a representar 25% da mão de obra envolvida no esforço de guerra. Pela primeira vez na história daquele país, as mulheres tinham acesso às forças armadas. No mercado de trabalho formal, a participação feminina cresceu de uma forma espantosa. Em 1944, o número de mulheres trabalhando era de 812 mil, das quais 261 mil trabalhavam nas fábricas de armamentos. Trinta por cento desse número trabalhava na indústria aeronáutica, sendo responsável pela produção de aviões. Havia ainda o trabalho voluntário, que envolveu milhões de mulheres canadenses, organizadas em associações e clubes locais.
A Força Aérea Canadense seria uma das primeiras a admitir as mulheres. Em julho de 1941, foi criada a Força Aérea Feminina Auxiliar do Canadá (CWAAF). Ainda naquele ano, o exército cria o Serviço Feminino Armado Canadense (CWAC). A Marinha seria a última a aceitar as mulheres em seu efetivo, em 1942, com a criação da Reserva Feminina da Marinha Real do Canadá (WARCNS). As mulheres assumiam funções administrativas liberando, dessa forma, os homens para o front. Assim como as mulheres que ocupavam funções no mercado formal de trabalho, as militares também não recebiam uma remuneração igual à de seus pares do sexo masculino. A guerra elevou o valor social do trabalho feminino, mas as mulheres ainda recebiam os menores salários, executando a mesma atividade. Em todos os países, muitas mulheres acabaram, de uma forma ou de outra, se envolvendo no esforço de guerra.
Nos Estados Unidos, para cumprir as metas de produção de guerra, é necessário que a mulher assuma postos de trabalho anteriormente destinados a homens, e ela faz com a galhardia de quem vai para o front. Empresas como a Ford, passam a contar em seus quadros, em algumas fábricas apenas com mulheres. Campanhas foram realizadas, pois muitos críticos achavam que as mulheres, desempenhando funções de homens, estariam passando por um processo de “masculinização”. No front as mulheres foram incorporadas a tropa, não apenas como meras enfermeiras, mas como oficias de saúde, tropas especialistas são formadas, principalmente para prover a retaguarda com o apoio logístico necessário, vários quadros e graduações de militares mulheres foram consumados durante a guerra.
No final das contas, pudemos imaginar que o processo de igualdade entre os sexos fica mais claro e evidenciado após a Segunda Guerra, diferentemente de outros períodos da História, a mulher prova que é capaz de exercer qualquer função, de soldado combatente a operador de máquinas pesadas. O sexo frágil deixou de ser frágil ou nunca foi.
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